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VIAGENS DE ANTONIO MIRANDA PELO BRASIL

Foto: da Prefeitura de Pirapora.  


PIRAPORA - MINAS GERAIS - ESTRADA E SOLIDARIEDADE
12-01-1994

 

Na estrada, mais uma vez. Sozinho. No LADA NIVA 1600, uma carroça russa — misto de tanque com sauna dinamarquesa. Mas dá a sensação de segurança, como no Encouraçado Potenkin.
Há tempos queria fazer uma viagem de férias. Sem planos. Apenas uma ideia na cabeça. Na direção do Rio de Janeiro.

O trecho inicial, nos cerrados goianos e mineiros, é uma monotonia só. Mas nesta época do ano, para animar, está verde, com as chuvas.
A primeira parada foi em Cristalina (GO) para uma visita às casas de lapidação. São muitas, oferecendo quase sempre as mesmas coisas: bijuterias, objetos de decoração, cinzeiros, ovos de pedras, pirâmides ornamentais, tampos de mesa, tabuleiros e peças de xadrez e jogos de dama, algumas bonitas, outras de mal gosto. Ideal para comprar lembranças e presentes.

Voltei a comprar garrafas de aguardente, pela originalidade dos rótulos. Já tive uma coleção grande de cachaças, trazidas das mais distantes regiões do país, logo consumidas, às escondidas, pelos caseiros pinguços que serviam na chácara, ou trabalharam em pequenas obras... Sobraram poucas, de tantas que eu colecionei. [Eu não bebo. Meu pai morreu por consumi-las...]
Sobraram poucas, de tantas que eu colecionei.
Dizem que o Zé Adriano, nos delírios de sua dependência alcoólica, extraía a pinga com seringa e depois recheiava com água... O filho Jerry, que morou na minha casa da chácara, também tinha inclinações para os secos e molhados e teria bebido a sua quota clandestina, para não falar de outros caseiros aficionados...

Fiz o que não se recomenda fazer na estrada: dar carona para desconhecido. O rapaz era humilde, com uma cara bonachã e carregava as compras que fizera no supermercado de Cristalina. Ia para os arredores de Paracatu. Paraibano.  Trabalha numa grande plantação de urucum [Bixa ordana L.] para a produção de condimentos e tintas. Acabei visitando a fazenda onde ele mora e conheci a família dele, tomei água do filtro, ofereceu-me uma enorme sacola de imensas mangas-rosa. Luis, uma simpatia.
Visitei, outra vez, Paracatu, que continua crescendo muito. De colonial só restam alguns traços urbanos e a velha igreja.

De novo, dei carona para um rapazinho até João Pinheiro. Fez mil perguntas sobre o carro — novidade para ele, um automóvel russo —, e sobre a minha vida. Queria saber se eu já andei de avião. Desinibido, o garoto.
Cinco horas depois da saída de Brasília, eu estava no entroncamento par Pirapora, nos Posto JK. Um homem aflito quase jogou-se debaixo do carro, pedindo ajuda.  Vinha do hospital, onde deixara o irmão acidentado. Voltava para ver a carreta em que viajavam. Estava a dez quilômetros mais adiante, virada, com a carga jogada na estrada.  Um desastre terrível!
A carreta derrapara numa curva, tentando escapar de uns buracos. O chofer foi projetado para fora, quebrando o parabrisa.  Estava sem cinto de segurança. Ficou bastante machucado.
O sulista a meu lado, salvou-se de milagre. Desceu do jipe e ficou lá diante da carreta. Outros caminhões lá estavam parados, dando apoio.

 

A estrada para Pirapora/Montes Claros está em reforma.
O tráfego de caminhões é intenso, na direção da Rio-Bahia. É muito chão pela frente. E muitos perigos.
Pirapora é famosa, não apenas pele célebre canção de Renato Teixeira, conhecida nacionalmente na versão de Elis Regina, mas também pelas corredeiras do Rio São Francisco, e principalmente pelas pitorescas “gaiolas” (vapores) que descem e sobem o rio preguiçosamente. Desciam, pois hoje apenas um vapor faz trajetos esporádicos, mais para os turistas.
Pirapora é também famosa pelo seu animadíssimo carnaval.

Acabei dando carona para um negro gordo e simpático, a pedido dos operários da empreiteira que asfaltava a estrada. Passou uma hora completa dando-me informações sobre a cidade, suas cheias periódicas — o rio inunda tudo, como em 1979 —, as secas prolongadas, e o tema de sua predileção: as escolas de samba e os blocos carnavalescos.


 

 

 
 
 
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